Sem mão de obra, empresas usam máquinas em canteirosExpectativa é de que queda no número de trabalhadores por metro quadrado chegue a 20% ao ano
As construtoras estão mecanizando cada vez mais os canteiros de obra para tentar combater o déficit de mão de obra do setor. A figura do trabalhador descarregando o material de construção do caminhão na porta das obras está com os dias contados. Tudo isso começa a ser feito por máquinas, que estão sendo as grandes aliadas das empresas para ganhar agilidade nos canteiros de obras. A meta dos empresários é que nos próximos cinco anos um trabalhador consiga fazer o serviço que hoje é feito por dois.
“Temos usado mais equipamentos nas obras e essa é uma das frentes que as empresas estão investindo. No passado, por exemplo, a gente só usava um modelo de retroescavadeira. Hoje, temos as miniretroescavadeiras, que acessam mais lugares, antes alcançados só pelos funcionários”, ressalta Luiz Fernando Pires, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). A meta, segundo ele, é diminuir 10% a 20% o número de trabalhadores por metro quadrado nas obras anualmente. “Queremos que o profissional trabalhe menos e com mais rendimento”, observa Pires.
A Grande Belo Horizonte conta hoje com 120 mil trabalhadores da construção civil, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Belo Horizonte e Região (Sticbh). O presidente do sindicato, Osmir Venuto, afirma que o número de trabalhadores caiu 20% nas duas últimas décadas. “Em 1990 eram cerca de 150 mil trabalhadores”, diz. A região metropolitana perdeu cerca de 15 mil empregados do setor na década passada e isso deve voltar a ocorrer, segundo Venuto. “Os baixos salários estão afastando os trabalhadores dos canteiros”, ressalta Venuto. O déficit de funcionários da construção civil na Grande Belo Horizonte é de 20 mil pessoas. No estado, chega a 70 mil pessoas, segundo dados do sindicato.
O presidente do Sinduscon discorda da tendência de queda no número de trabalhadores do setor. “Estamos investindo na mecanização e melhoria da qualificação das pessoas, mas isso não significa queda no número de postos de trabalho. O setor da construção cresceu 11% no ano passado e deve ter uma expansão na mesma proporção neste ano. As vagas tendem a aumentar”, diz.
A EPO Engenharia tem usado a escavação com máquina nas bases do prédio, minicarregadeiras para transportar os produtos, plataforma elevatórias para elevar funcionários e produtos e os andaimes elétricos inovaram o sistema de andaime. “O processo construtivo tende a ser feito mais na fábrica e com menos pessoal. Vamos usar cada vez mais o material pré-montado. É uma tendência e necessidade, em função da escassez de mão de obra”, afirma Gilmar Dias dos Santos, diretor da EPO.
O engenheiro Alaerson José da Silva é responsável por uma obra da EPO que usou a escavadeira mecanizada. “Se não fosse essa máquina, teríamos que ter outros três equipamentos: o picão, a retroescavadeira e a pá carregadeira. E esses três equipamentos não fazem nem um terço do que a escavadeira mecanizada faz. Economizamos na mão de obra e agilizamos o processo”, diz Silva.
Mais capacidade
A engenheira Ana Flávia Westin Filizzola é responsável por uma obra da Masb que usa gruas (guindastes para fazer o transporte horizontal e vertical do material) e cremalheiras, que substituem os elevadores de carga convencional e carregadeiras. “O elevador normal tem capacidade para carregar 800 quilos de material e de oito a 10 pessoas. As cremalheiras carregam 2 mil quilos e até 20 funcionários. A mecanização foi uma resposta do mercado para tentar agilizar o processo produtivo, em função da queda na oferta de mão de obra”, justifica Ana Flávia.
Frederico Eustáquio e Eduardo Zewtkoff são sócios da LokMax, empresa focada em logística em canteiro de obra e mecanização dos trabalhos nos canteiros. No último ano, a demanda pelos serviços dobrou. “A escassez de mão de obra ajuda a aumentar a procura”, afirma Eustáquio. Há um ano, a empresa tinha sete funcionários. Hoje, conta com 17 e deve chegar ao fim de dezembro com 30 profissionais.
“A construção civil ainda é pouco mecanizada. O que acontece hoje no setor foi o mesmo ocorrido na indústria há 30 anos”, diz Eustáquio. Antes de iniciar o trabalho, a empresa faz um estudo de mecanização e logística da obra. “É uma forma de evitar que o servente pare o trabalho de apoio ao pedreiro e marceneiro para ir descarregar o caminhão de material de construção”, explica Eustáquio. O trabalho de logística e mecanização pode reduzir, segundo ele, até 50% do custo com mão de obra, perda de material e retrabalho.
Tempos modernos
“Temos usado mais equipamentos nas obras e essa é uma das frentes que as empresas estão investindo. No passado, por exemplo, a gente só usava um modelo de retroescavadeira. Hoje, temos as miniretroescavadeiras, que acessam mais lugares, antes alcançados só pelos funcionários”, ressalta Luiz Fernando Pires, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). A meta, segundo ele, é diminuir 10% a 20% o número de trabalhadores por metro quadrado nas obras anualmente. “Queremos que o profissional trabalhe menos e com mais rendimento”, observa Pires.
A Grande Belo Horizonte conta hoje com 120 mil trabalhadores da construção civil, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Belo Horizonte e Região (Sticbh). O presidente do sindicato, Osmir Venuto, afirma que o número de trabalhadores caiu 20% nas duas últimas décadas. “Em 1990 eram cerca de 150 mil trabalhadores”, diz. A região metropolitana perdeu cerca de 15 mil empregados do setor na década passada e isso deve voltar a ocorrer, segundo Venuto. “Os baixos salários estão afastando os trabalhadores dos canteiros”, ressalta Venuto. O déficit de funcionários da construção civil na Grande Belo Horizonte é de 20 mil pessoas. No estado, chega a 70 mil pessoas, segundo dados do sindicato.
O presidente do Sinduscon discorda da tendência de queda no número de trabalhadores do setor. “Estamos investindo na mecanização e melhoria da qualificação das pessoas, mas isso não significa queda no número de postos de trabalho. O setor da construção cresceu 11% no ano passado e deve ter uma expansão na mesma proporção neste ano. As vagas tendem a aumentar”, diz.
A EPO Engenharia tem usado a escavação com máquina nas bases do prédio, minicarregadeiras para transportar os produtos, plataforma elevatórias para elevar funcionários e produtos e os andaimes elétricos inovaram o sistema de andaime. “O processo construtivo tende a ser feito mais na fábrica e com menos pessoal. Vamos usar cada vez mais o material pré-montado. É uma tendência e necessidade, em função da escassez de mão de obra”, afirma Gilmar Dias dos Santos, diretor da EPO.
O engenheiro Alaerson José da Silva é responsável por uma obra da EPO que usou a escavadeira mecanizada. “Se não fosse essa máquina, teríamos que ter outros três equipamentos: o picão, a retroescavadeira e a pá carregadeira. E esses três equipamentos não fazem nem um terço do que a escavadeira mecanizada faz. Economizamos na mão de obra e agilizamos o processo”, diz Silva.
Mais capacidade
A engenheira Ana Flávia Westin Filizzola é responsável por uma obra da Masb que usa gruas (guindastes para fazer o transporte horizontal e vertical do material) e cremalheiras, que substituem os elevadores de carga convencional e carregadeiras. “O elevador normal tem capacidade para carregar 800 quilos de material e de oito a 10 pessoas. As cremalheiras carregam 2 mil quilos e até 20 funcionários. A mecanização foi uma resposta do mercado para tentar agilizar o processo produtivo, em função da queda na oferta de mão de obra”, justifica Ana Flávia.
Frederico Eustáquio e Eduardo Zewtkoff são sócios da LokMax, empresa focada em logística em canteiro de obra e mecanização dos trabalhos nos canteiros. No último ano, a demanda pelos serviços dobrou. “A escassez de mão de obra ajuda a aumentar a procura”, afirma Eustáquio. Há um ano, a empresa tinha sete funcionários. Hoje, conta com 17 e deve chegar ao fim de dezembro com 30 profissionais.
“A construção civil ainda é pouco mecanizada. O que acontece hoje no setor foi o mesmo ocorrido na indústria há 30 anos”, diz Eustáquio. Antes de iniciar o trabalho, a empresa faz um estudo de mecanização e logística da obra. “É uma forma de evitar que o servente pare o trabalho de apoio ao pedreiro e marceneiro para ir descarregar o caminhão de material de construção”, explica Eustáquio. O trabalho de logística e mecanização pode reduzir, segundo ele, até 50% do custo com mão de obra, perda de material e retrabalho.
Tempos modernos
O que as construtoras têm feito para agilizar os trabalhos?
-Escavação mecanizada das bases do prédio para assentamento das fundações
-Uso de gruas, guindastes de grande porte, para o transporte vertical de material de construção
-Minicarregadeiras para transportar concreto, pedras, terra e materiais elétricos
-Elevadores de carga tradicionais são substituídos por cremalheiras, com maior capacidade de transporte de carga
-Aplicação de argamassa mecanizada
-Pintura mecanizada
-Construção de paredes de concreto com fôrma de alumínio
-Andaimes elétricos para deixar mais rápido o procedimento de subida e descida
-Uso de gruas, guindastes de grande porte, para o transporte vertical de material de construção
-Minicarregadeiras para transportar concreto, pedras, terra e materiais elétricos
-Elevadores de carga tradicionais são substituídos por cremalheiras, com maior capacidade de transporte de carga
-Aplicação de argamassa mecanizada
-Pintura mecanizada
-Construção de paredes de concreto com fôrma de alumínio
-Andaimes elétricos para deixar mais rápido o procedimento de subida e descida
Geórgea Choucair - Estado de Minas
Publicação: 19/03/2011 07:05 Atualização: